foto por Julia Rodrigues |
Música é sem dúvida uma das linguas universais, onde todos conseguem captar a mensagem mesmo não tendo letra alguma, somente instrumentos sincronizados formando acordes. [ATENÇÃO - Antes de mais nada esse post é apenas um reflexão, uma opnião, não uma verdade absoluta ou imposição do meu ponto de vista. Deixe a sua opnião nos comentários.]
Além de uma liguagem universal, a música é a lingua de uma tribo, uma cultura, um pensamento (ou um conjunto deles). É o ponto de partida e o divisor de águas. Quando saimos da centralização de certos tipos de música, percebemos o quão é pequena a nossa mentalidade diante de ritmos não tão populares assim, pelo menos não para nossa região. E quando digo região não estoi falando de Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul, digo das micro e macro regiões de nossos estados e até mesmo de nossas cidades.
O Brasil é tão rico em música quanto a Europa do século XVI, XVII ou XVIII. A música se tornou mais que um ritmo, tornou-se sonho, protesto, arte, grito, socorro, força ou simplesmente distração e divertimento. É atraves dela que a sociedade tem se encontrado e partilhado seus momentos.
Hoje estava escutando uma banda paraense chamada Gang do Eletro, seguindo os passos de sua conterrânea Gabi Amarantos não temeram a por sua identidade, sua opnião, sua visão. Recentimente eles foram convidados para toca no SxSW, um dos maiores festivais de música e mídia da atualidade junto com outras bandas brasileiras.
O tipo de som da Gang do Eletro? É o Tecnobrega, ritmo que esquenta e agita as noites paraense e do norte do país, e você provavelmemte está torcendo o nariz por saber dessa informação. Está retorcendo por que não faz seu estilo, não é sua linguagem tribal e social, é uma lingua estranha e desconhecida. É o motivo pelo qual "odiamos" tal gosto musical. É de certa maneira um ato falho.
Não estou dizendo aqui que é pra você escutar a partir de hoje o som que você não curte, mas sim fazer refletir sobre o que essa música representa para aquela tribo. Para muitos Tecnobrega pode ser música de pobre, suburbano, mas ela pode ser muito mais rica.culturalmente do que uma banda de rock da sua cidade.
E isso não resume-se somente ao Tecnobrega. Funk, Samba, Pagode, Rock, Emocore, Reagge, Expetimental, etc. Elas são linguas, códigos, dialetos que não somos obrigados a conhecer, mas sim convidados a respeitar. Por isso respeite o gosto musical e peça respeito diante de seu gosto, pois antes de mais nada ela é pura e simplesmente música, independente de qual seja o ritmo.